A AIDS COMPLETA 30 ANOS DE HISTÓRIA - O HIV 24 ANOS - 2008
BRASIL: 630.000 infectados ou com doença.
Linha do tempo da AIDS >>
10.000 mortes por dia.
2010: 40 milhões no mundo - 25 milhões somente na África
História e Incidência
Entre 1977 e 1978 uma nova Síndrome foi diagnosticada em americanos, africanos e haitianos: A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida. Em 1984 dois médicos isolam um vírus mutante ( retrovírus ), os doutores Luc montagner, do Instituo Pasteur na França, e Robert Gallo, Universidade de Maryland, Instituto de Biotecnologia, Estados Unidos. Hoje são 33 milhões de portadores ou com doença, 630 mil somente no Brasil. Na África, 20 a 30 % da população. As medicações anti-retrovirais foram um marco para evolução onde impactou de forma importante na sobrevida. Estudo do Ministério da Saúde de 1995 a 2008, demonstrou que a sobrevida saltou de 58 meses para 108 meses, porém a incidência da doença dobrou em pacientes acima de 50 anos. 60 % dos pacientes diagnosticados entre 1998 e 1999 continuam vivos. Sul e Sudeste contribuem com 82,4% da doença no Brasil.
Teste Rápido
Um teste da saliva poderia ajudar a acelerar a detecção do HIV, o vírus da Aids, segundo estudo do Centro de Saúde da Universidade McGill, no Canadá. Publicado na revista científica "PLoS Medicine", a pesquisa demonstra a eficácia de testes rápidos da saliva para todos os subtipos do HIV-1 e HIV-2, dando os resultados em apenas 20 minutos. Para avaliar o teste, baseado em um método chamado imunocromatografia, os cientistas o aplicaram em 1222 mulheres grávidas antes do parto na Índia usando amostras de saliva e de sangue. E os resultados de ambos foram correspondentes. Os testes de saliva também ajudaram a identificar as mulheres com HIV que estavam para dar à luz.Na publicação, os autores explicaram a importância do teste rápido para evitar a contaminação do recém-nascido. "Nesses casos, é vital determinar o status do HIV da mãe muito rapidamente para prevenir a transmissão do filho durante o parto. Muitas mulheres indianas não recebem cuidado pré-natal e consequentemente não são testadas para o HIV durante a gravidez", destacou o pesquisador Pant Pai, líder do estudo.De acordo com os autores, o teste na sala de parto é a última chance de evitar a contaminação do bebê e, muitas vezes, as pacientes indianas se recusam a fazer a coleta de sangue. Daí a importância do teste rápido da saliva.Fonte: Uol
2008
EFE
ISTO É - EDIÇÃO
"Tenho esperança na vacina"
Robert Gallo, co-descobridor do HIV, afirma que em
três anos será possível saber se a ciência chegará à vacina
Co-descobridor do vírus HIV, em 1984, chefe da equipe que desenvolveu o teste que identifica o vírus no sangue humano e um dos mais renomados pesquisadores da atualidade, o norte-americano Robert Gallo, 68 anos, deixou sua marca no Brasil. No Fórum Aids: As Novas Descobertas e o Modelo Brasileiro de Assistência, ele proporcionou uma inegável contribuição científica ao discorrer longa e detalhadamente sobre seus primeiros estudos a respeito da Aids, a descoberta do vírus HIV e o atual estágio das pesquisas nos centros mais avançados do mundo.
O pesquisador afirmou que, em casos com tratamento em condições ideais, a partir de um diagnóstico precoce e medicação seguida à risca, a Aids não é mais uma doença que mata. Ele afirmou que, nos Estados Unidos, a doença é vista como crónica, mas não mais fatal. Os óbitos acontecem, segundo ele, diante da ausência de medicação adequada ou interrupção de tratamento.
Mesmo otimista em relação à qualidade dos novos medicamentos, o cientista frisou à platéia do Fórum que o vírus HIV vai adquirindo cada vez mais resistência aos anti-retrovirais, o que impossibilita, neste momento, uma previsão sobre a descoberta de uma vacina contra a Aids. Gallo anunciou que nos Estados Unidos, na direção da vacina, há pesquisas avançadas em um grande laboratório, mas julgou precipitado afirmar se elas chegarão a um bom termo rapidamente. “Em dois ou três anos poderei dizer se e quando teremos a vacina”, disse ele no encerramento do Fórum, quando repondeu perguntas de uma entusiasmada platéia de pesquisadores, estudantes e integrantes da sociedade civil. Aqui, um resumo do debate:
Em
casos ideais, com diagnóstico precoce e um tratamento com os anti-retrovirais
mais adequados, é possível afirmar que a Aids não mata mais?
ROBERT GALLO – Sim, é perfeitamente possível dizer que a Aids não mata
mais. Esse entendimento pode ainda ser pouco disseminado por aqui, mas já é
absolutamente um senso comum nos Estados Unidos. Aliás, em razão disso, nós lá
estamos sentindo até mesmo um certo descuido de muitas pessoas na prevenção ao
contato com o vírus, o que não é nada bom. Talvez no futuro vocês também
enfrentem esse tipo de problema por aqui.
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A origem “Hoje, eu diria que praticamente 100% da comunidade científica concordam que a origem do HIV veio dos macacos africanos. Outras teorias servem para vender livros ruins” |
O sr.
acredita na descoberta da vacina da Aids?
GALLO – Sim, firmemente, tanto que continuo trabalhando nesta direção.
Há pesquisas com macacos nos Estados Unidos que me parecem bastante avançadas
nesta direção, mas é impossível prever, hoje, se realmente se chegará à
descoberta da vacina. Vinte e um anos depois da descoberta do HIV, posso dizer
que as terapias atuais são muito melhores do que eu imaginava que seriam hoje,
mas a vacina ainda está muito mais longe do que eu pensava. Nas minhas contas,
dentro de uns três anos poderei dizer com segurança se e quando teremos uma
vacina. Mas tenho muita esperança na descoberta da vacina. Por enquanto, não é
possível afirmar nada a esse respeito. O vírus se multiplica em diferentes
formas e se torna, ao mesmo tempo, resistente aos medicamentos.
Mas
existem muitos avanços na área dos medicamentos, a ponto de o sr. afirmar que a
Aids pode não matar mais.
GALLO – Sim, mas o tratamento tem de começar no tempo certo e ser
seguido à risca, muitas vezes com efeitos colaterais fortes. O certo é que o
vírus não perdoa. Se uma pessoa deixa de tomar uma dose, isso já é suficiente
para o aumento da resistência.
Qual é
a chave para a vacina?
GALLO – Hoje estamos convencidos de que é a porta de entrada do vírus
nas células sãs. Esse é o centro das pesquisas atuais, o ponto em que a maioria
dos pesquisadores se debruça. Só o fato de termos essa clareza, que é quase um
consenso na comunidade científica, já é um motivo de esperança.
Em
quantas formas ele pode ser encontrado hoje no mundo?
GALLO – Digamos que umas 30 variações já foram registradas. Isso,
naturalmente, torna o combate cada vez mais difícil. A verdade é que a epidemia
da Aids é imprevisível e só pode ser comparada a uma tempestade crônica.
Há
certeza científica, hoje, de que o vírus HIV surgiu primeiro nos macacos?
GALLO – Essa é uma hipótese quase que cem por cento aceita na
comunidade científica. É a que eu acredito. Diria, até, que não há mais dúvida
sobre isso. Outras hipóteses, como a de que o vírus foi fabricado em
laboratórios e espalhado propositalmente na África em campanhas de vacinação nos
anos 50, são ficção de péssimo gosto feitas para se venderem livros ruins. Não
têm nada a ver com a ciência.
A criança com AIDS: 2,5 milhões de crianças estão contaminadas no mundo.
Opinião - Site MedicinaIntensiva: A AIDS e a descoberta do Vírus da Imunodeficiência Humana não mudou a humanidade. Como outra grave epidemia, somente não exterminou a raça humana em virtude do grande avanço tecnológico quando do seu surgimento. Afeta populações africanas que por estar faminta, muito provavelmente tenha iniciado a epidemia no mundo por ingestão de carne de primatas, mostrando que vivemos isolados e alimentados no ciclo da miséria e da pobreza num mundo paradoxalmente rico. A sociedade isola seus problemas, tira da inocência da criança o seu direito de viver e ainda sua dignidade. O preconceito só muda de época, porque o ser humano além de cultivar o preconceito, afastou-se do amor, da fraternidade, da amizade e da solidariedade. Somos uma sociedade fadada a desaparecer nas mãos da descrença, da ignorância, do desafeto e da solidão. Somos um retrato da antítese da inteligência, afastadas dos reais valores que nos dignificam como animais racionais. Talvez vivemos para assistir o que somos e não que deveríamos ser. Devemos refletir muito sobre a AIDS porque ainda a maior doença do mundo ainda é a ignorância e a maldade dos homens.
1 de dezembro: Dia Mundial de Combate a AIDS.
( Dedicamos esta matéria à todos portadores e doentes de AIDS, que lutam por suas vidas e sua dignidade ).