Sobrati faz Visita Oficial a Confeitaria Colombo - História viva da Cultura Brasileira no Centro Histórico do Rio de Janeiro

Em visita oficial a Confeitaria Colombo, Dr Douglas Ferrari representa todos sócios da Sobrati, que tem como missão resgatar a cultura e identidade nacional. O Mesmo ainda deixará em exposição a Revista Kosmos número 1, co-editada por Olavo Bilac no ano de 1904 ( Exemplar do Acerco Pessoal ) . O proprietário da Colombo, no passado, fez doação de um Hospital para Portugal e manteve várias casas assistenciais de saúde. Convidamos todos sócios que prestigiem e visitem. Em breve, faremos encontro com o tradiconal Café da Tarde tendo, como sugestão, a Torrada Petrópolis !

 

 

A Confeitaria Colombo localiza-se no centro histórico da cidade do Rio de Janeiro, no Brasil, sendo um dos principais pontos turísticos da Região Central da cidade.

A confeitaria foi fundada em 1894 pelos imigrantes portugueses Joaquim Borges de Meireles e Manuel José Lebrão, tendo um extenso rol de clientes célebres entre a sociedade brasileira.

Sua arquitetura e ambiente permitem ter uma idéia de como terá sido a Belle Époque na capital da República. Entre 1912 e 1918 os salões do interior da confeitaria foram reformados, com um toque Art Nouveau, com enormes espelhos de cristal trazidos da , emoldurados por elegantes frisos talhados em madeira de jacarandá. Os móveis de madeira do interior foram esculpidos na mesma época pelo artesão Antônio Borsoi.

Em as suas instalações foram ampliadas com a construção de um segundo andar, com um salão de chá. Uma abertura no teto do pavimento térreo permite ver a clarabóia do salão de chá, decorada com belos vitrais.

Entre os clientes famosos da confeitaria estão Chiquinha Gonzaga, Olavo Bilac, Rui Barbosa, Villa-Lobos, Lima Barreto, José do Patrocínio, Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek, entre muitos outros. ( Wiki )

Colombo - Vídeo

( Sobrati - Memória Nacional )

 

 

Dr Douglas Ferrari e Marcelo teixeira ( Direção da Colombo ).

 


Tradição e gestão inovadora
A Colombo existe desde 1894. Seus fundadores foram Manuel José Lebrão e Joaquim Borges de Meirelles. O Lebrão marcou época [porque] ele criou uma frase: “O freguês tem sempre razão”. E até hoje no comércio as pessoas o copiam. O Lebrão criou a seguinte divisão dentro da confeitaria: o patrão (que era ele), os interessados e o empregado. O interessado podia chegar a patrão e o empregado chegava a interessado – era assim uma escadinha. O interessado, no final do ano, tinha um X% do lucro da empresa. Ele inaugurou a casa em 1894, em 1920 fundou uma firma de doces que tinha doces cristalizados e vários produtos e deixou o comércio para outros interessados. Mas os interessados viraram patrão também, então quer dizer que o interessado não pagou um tostão para se tornar sócio da Confeitaria Colombo – foi só pelo seu mérito, pelo seu trabalho. E o Lebrão foi dessas pessoas. O prédio ele deixou para os familiares, mas o comércio ele deixou para os funcionários até ela virar uma Sociedade Anônima. E assim foi a Confeitaria Colombo.
Além desse feito, [e como] Portugal era muito pobre naquela época, ele construiu um hospital na cidade dele, Vila Nova de Cerveira, doou à comunidade. Hoje tem uma estátua dele, tem uma rua em Teresópolis com o nome dele – e ele comprou uma quinta lá, para produzir os marmelos para a Marmelada Colombo, que até hoje é muito famosa. O que ele fez? Pegou essa casa, esse solar – chama-se solar em Portugal – e deu à prefeitura como um acervo, um museu. Então, lá tem a rua com o nome de Manuel. Ele era um homem desprendido, um benfeitor, ajudou na Santa Casa de Misericórdia, na Associação dos Empregados do Comércio, esse Lebrão foi um homem fantástico. Ele foi o idealizador daquilo tudo. A princípio, a Colombo começou como café. O primeiro piso interno começou como café e no número 32 como refinaria de açúcar e produção de doces. Depois ele pegou essa refinaria e transformou num armazém e montou uma indústria na Joaquim Palhares, uma indústria de doces cristalizados. E como o armazém foi crescendo, veio a decoração dos espelhos, e ele começou a ampliar. Os espelhos foram colocados em 1912, quando eles vieram da Bélgica, porque os melhores espelhos do mundo eram belgas. Ele começou com uma decoração e fez o prédio todo. O prédio tem cinco andares hoje e é todo ocupado. Ele ampliou o salão e começou a servir comida, virou um restaurante. Então, em 1912 foi feita aquela decoração vieram o espelho e o vitraux. Os espelhos são muito grandes, têm 4 metros e meio por 3,60m. Vieram oito, só que dois quebraram na viagem e depois tiveram que vir mais dois, mas quebrou um e o que é que aconteceu? Um ficou sem colocar bastante tempo até conseguirem fazer outro espelho e ficar com aquela decoração todinha dos espelhos. A madeira é jacarandá, o mármore é todo italiano, todo carrara, e o piso é português.
A história conta que ele veio para o Brasil por volta de 1860 ou 70. Ele tentou um comércio, trabalhava em secos e molhados, depois tentou uma casinha por conta própria, depois não deu muito certo. Encontrou o sócio [Joaquim Borges de] Meirelles, que era homem de dinheiro, então começou a Confeitaria Colomb na Rua Gonçalves Dias. A Gonçalves Dias era uma rua que não tinha muito prestigio, a rua de prestigio era a Rua do Ouvidor. Aí ele começou e aconteceu que existia a Pascoal, na Rua do Ouvidor, onde se reuniam os poetas, os escritores como Olavo Bilac, Emílio de Menezes, Bastos Tigre, Machado de Assis etc. E eles se desentenderam com o dono da Pascoal, que era uma confeitaria chique da época, então eles vieram para Confeitaria Colombo. O Lebrão, que era uma pessoa muito inteligente, sabia que aquilo dava para prestigiar a casa e acolheu muito bem a rodinha no salão interno, do lado esquerdo. Só que eles eram muito bagunceiros –sabe como é intelectual – faziam muita bagunça e às vezes não pagavam nem a conta: faziam um versinho, um poema qualquer, e Lebrão aceitava tudo isso de boas maneiras. E assim foi cativando as pessoas pelo bom atendimento ao público, a Confeitaria Colombo começou a crescer e depois inauguraram o salão de cima. Já foi o Antônio Ribeiro França que inaugurou o salão de cima, quando o Lebrão entregou o comando aos debaixo. Aí a casa foi crescendo e se tornou uma potência na área de restaurante, de salgadinhos, de doces e de banquetes externos. Tudo isso começou naquela época graças ao ebrão e ao França, que deu continuidade.

Clientela especial
A confeitaria parecia uma continuação da Academia Brasileira de Letras. O Olavo Bilac era o líder da turma, então a gente sabe que ele acolhia as pessoas, só quem ele aceitasse na rodinha dele. E parece que o Emílio de Menezes era bastante avantajado, né, usava casaca, mas bebia muito, se embebedava, parece que dava certos problemas e tinha também um personagem que ficava na porta da Colombo, se não me engano era Azalon, que tinha mania de “morder”. “Mordida” é pedir dinheiro, então ele ficava pedindo dinheiro aos clientes – e era da rodinha deles. Então o Lebrão dava por quinzena: “Olha, você vai ganhar X só pra não entrar na Colombo”, só porque ele assustava os fregueses, tão feio que era ele ficar pedindo esmolas.
Os velhinhos iam para ali porque a freqüência até às 7 horas era das madames, era da sociedade, e depois das 7 a freqüência era outra, eram umas meninas já com outra finalidade. Então os velhinhos ficavam ali todos paquerando porque a casa ficava aberta até mais tarde, até às 10 horas da noite. Outro comércio, não, fechava mais cedo, mas a Colombo ficava até às 10 horas da noite porque era o centro da cidade.
Qualquer balconista podia atender freguês na casa toda, mas a gente trabalhava com comissão: quanto mais você vendesse, melhor. Aceitar gorjetas era proibido, nem garçons podiam aceitar gorjetas. O fundador criou a comissão para o garçom e para o balconista para que não aceitassem gorjeta. Ele achava que não era bonito aceitar gorjeta do freguês. No cardápio vinha escrito: “Nossos empregados não aceitam gorjetas”.

Produtos finos
Naquela época tinha produtos que não existem mais. Por exemplo, nós tínhamos umas balas muito famosas que eram produzidas lá, chamadas balas de ovos e balas queimadas. Essas balas eram artesanais, embrulhadas em papéis coloridos. Nós tínhamos o marrom glacê que a gente mandava vir da França em lata, e depois ali confeccionava: era em calda e depois você passava um glacê nele, mas tinha que ter uma técnica senão ele estragava e azedava. Tinha uns docinhos finos de ovos, coisa que se não faz mais porque também não tem público para eles. Eram doces pequenininhos, para festinhas, à base de ovo: então você decorava aquele docinho, fazia um ratinho, fazia uma aboborazinha, fazia tudo à base de massa de ovo. E os doces cristalizados, tinha uma linha de pães também, a gente trabalhava mais com pães doce variados. Tinha o brioche, o famoso brioche, que era uma coisa. O nosso brioche era receita francesa, uma receita que ele entrava numa forma e depois tinha uma bolinha em cima que decorava o brioche. Fazia parte de um café da manhã fino, como um croissant. Um brioche era uma coisa muito fina, um doce marquesa, manuéis, mãe-benta... eram assim os doces mais para o café da manhã.

Tradição e gestão inovadora
A Colombo existe desde 1894. Seus fundadores foram Manuel José Lebrão e Joaquim Borges de Meirelles. O Lebrão marcou época [porque] ele criou uma frase: “O freguês tem sempre razão”. E até hoje no comércio as pessoas o copiam. O Lebrão criou a seguinte divisão dentro da confeitaria: o patrão (que era ele), os interessados e o empregado. O interessado podia chegar a patrão e o empregado chegava a interessado – era assim uma escadinha. O interessado, no final do ano, tinha um X% do lucro da empresa. Ele inaugurou a casa em 1894, em 1920 fundou uma firma de doces que tinha doces cristalizados e vários produtos e deixou o comércio para outros interessados. Mas os interessados viraram patrão também, então quer dizer que o interessado não pagou um tostão para se tornar sócio da Confeitaria Colombo – foi só pelo seu mérito, pelo seu trabalho. E o Lebrão foi dessas pessoas. O prédio ele deixou para os familiares, mas o comércio ele deixou para os funcionários até ela virar uma Sociedade Anônima. E assim foi a Confeitaria Colombo.
Além desse feito, [e como] Portugal era muito pobre naquela época, ele construiu um hospital na cidade dele, Vila Nova de Cerveira, doou à comunidade. Hoje tem uma estátua dele, tem uma rua em Teresópolis com o nome dele – e ele comprou uma quinta lá, para produzir os marmelos para a Marmelada Colombo, que até hoje é muito famosa. O que ele fez? Pegou essa casa, esse solar – chama-se solar em Portugal – e deu à prefeitura como um acervo, um museu. Então, lá tem a rua com o nome de Manuel. Ele era um homem desprendido, um benfeitor, ajudou na Santa Casa de Misericórdia, na Associação dos Empregados do Comércio, esse Lebrão foi um homem fantástico. Ele foi o idealizador daquilo tudo. A princípio, a Colombo começou como café. O primeiro piso interno começou como café e no número 32 como refinaria de açúcar e produção de doces. Depois ele pegou essa refinaria e transformou num armazém e montou uma indústria na Joaquim Palhares, uma indústria de doces cristalizados. E como o armazém foi crescendo, veio a decoração dos espelhos, e ele começou a ampliar. Os espelhos foram colocados em 1912, quando eles vieram da Bélgica, porque os melhores espelhos do mundo eram belgas. Ele começou com uma decoração e fez o prédio todo. O prédio tem cinco andares hoje e é todo ocupado. Ele ampliou o salão e começou a servir comida, virou um restaurante. Então, em 1912 foi feita aquela decoração vieram o espelho e o vitraux. Os espelhos são muito grandes, têm 4 metros e meio por 3,60m. Vieram oito, só que dois quebraram na viagem e depois tiveram que vir mais dois, mas quebrou um e o que é que aconteceu? Um ficou sem colocar bastante tempo até conseguirem fazer outro espelho e ficar com aquela decoração todinha dos espelhos. A madeira é jacarandá, o mármore é todo italiano, todo carrara, e o piso é português.
A história conta que ele veio para o Brasil por volta de 1860 ou 70. Ele tentou um comércio, trabalhava em secos e molhados, depois tentou uma casinha por conta própria, depois não deu muito certo. Encontrou o sócio [Joaquim Borges de] Meirelles, que era homem de dinheiro, então começou a Confeitaria Colomb na Rua Gonçalves Dias. A Gonçalves Dias era uma rua que não tinha muito prestigio, a rua de prestigio era a Rua do Ouvidor. Aí ele começou e aconteceu que existia a Pascoal, na Rua do Ouvidor, onde se reuniam os poetas, os escritores como Olavo Bilac, Emílio de Menezes, Bastos Tigre, Machado de Assis etc. E eles se desentenderam com o dono da Pascoal, que era uma confeitaria chique da época, então eles vieram para Confeitaria Colombo. O Lebrão, que era uma pessoa muito inteligente, sabia que aquilo dava para prestigiar a casa e acolheu muito bem a rodinha no salão interno, do lado esquerdo. Só que eles eram muito bagunceiros –sabe como é intelectual – faziam muita bagunça e às vezes não pagavam nem a conta: faziam um versinho, um poema qualquer, e Lebrão aceitava tudo isso de boas maneiras. E assim foi cativando as pessoas pelo bom atendimento ao público, a Confeitaria Colombo começou a crescer e depois inauguraram o salão de cima. Já foi o Antônio Ribeiro França que inaugurou o salão de cima, quando o Lebrão entregou o comando aos debaixo. Aí a casa foi crescendo e se tornou uma potência na área de restaurante, de salgadinhos, de doces e de banquetes externos. Tudo isso começou naquela época graças ao ebrão e ao França, que deu continuidade.

Clientela especial
A confeitaria parecia uma continuação da Academia Brasileira de Letras. O Olavo Bilac era o líder da turma, então a gente sabe que ele acolhia as pessoas, só quem ele aceitasse na rodinha dele. E parece que o Emílio de Menezes era bastante avantajado, né, usava casaca, mas bebia muito, se embebedava, parece que dava certos problemas e tinha também um personagem que ficava na porta da Colombo, se não me engano era Azalon, que tinha mania de “morder”. “Mordida” é pedir dinheiro, então ele ficava pedindo dinheiro aos clientes – e era da rodinha deles. Então o Lebrão dava por quinzena: “Olha, você vai ganhar X só pra não entrar na Colombo”, só porque ele assustava os fregueses, tão feio que era ele ficar pedindo esmolas.
Os velhinhos iam para ali porque a freqüência até às 7 horas era das madames, era da sociedade, e depois das 7 a freqüência era outra, eram umas meninas já com outra finalidade. Então os velhinhos ficavam ali todos paquerando porque a casa ficava aberta até mais tarde, até às 10 horas da noite. Outro comércio, não, fechava mais cedo, mas a Colombo ficava até às 10 horas da noite porque era o centro da cidade.
Qualquer balconista podia atender freguês na casa toda, mas a gente trabalhava com comissão: quanto mais você vendesse, melhor. Aceitar gorjetas era proibido, nem garçons podiam aceitar gorjetas. O fundador criou a comissão para o garçom e para o balconista para que não aceitassem gorjeta. Ele achava que não era bonito aceitar gorjeta do freguês. No cardápio vinha escrito: “Nossos empregados não aceitam gorjetas”.

Produtos finos
Naquela época tinha produtos que não existem mais. Por exemplo, nós tínhamos umas balas muito famosas que eram produzidas lá, chamadas balas de ovos e balas queimadas. Essas balas eram artesanais, embrulhadas em papéis coloridos. Nós tínhamos o marrom glacê que a gente mandava vir da França em lata, e depois ali confeccionava: era em calda e depois você passava um glacê nele, mas tinha que ter uma técnica senão ele estragava e azedava. Tinha uns docinhos finos de ovos, coisa que se não faz mais porque também não tem público para eles. Eram doces pequenininhos, para festinhas, à base de ovo: então você decorava aquele docinho, fazia um ratinho, fazia uma aboborazinha, fazia tudo à base de massa de ovo. E os doces cristalizados, tinha uma linha de pães também, a gente trabalhava mais com pães doce variados. Tinha o brioche, o famoso brioche, que era uma coisa. O nosso brioche era receita francesa, uma receita que ele entrava numa forma e depois tinha uma bolinha em cima que decorava o brioche. Fazia parte de um café da manhã fino, como um croissant. Um brioche era uma coisa muito fina, um doce marquesa, manuéis, mãe-benta... eram assim os doces mais para o café da manhã.