SÍNDROME DO DESCONFORTO RESPIRATÓRIO AGUDO (SDRA) E MANOBRA DE RECRUTAMENTO ALVEOLAR


Autor: Fernanda Viana Paulin

Email: didivipa@hotmail.com

cidade: São Paulo

estado: SP

Instituição:Instituto Brasileiro de Medicina Intensiva e Hospital Santa Cruz

Profissão: Fisioterapeuta

Orientado: Sílvio César Autílio

Resumo: A Síndrome do Desconforto Respiratório Aguda (SDRA) e a manobra de recrutamento alveolar têm tido grande evidência nos últimos anos entre os profissionais envolvidos no cuidado do paciente crítico. Devido a esse grande interesse, o presente estudo procurou mostrar de forma clara e sucinta, a relação entre a SDRA e a manobra de recrutamento alveolar através de revisão bibliográfica. Com a pesquisa, evidenciou-se que os princípios da manobra de recrutamento devem ser considerados enquanto distendem altas pressões de vias aéreas por curtos períodos de tempo, podendo melhorar a ventilação pela expansão do colapso alveolar. Porém, a maneira em que a manobra de recrutamento deva ser empregada ainda deve ser explorada. O fisioterapeuta intensivista deve conhecer, dominar e aplicar a técnica de recrutamento alveolar em pacientes com SDRA, respeitando as limitações que a patologia causa-lhes, e principalmente estar sensível ao feedback que a mesma pode ocasionar.

Abstract: Acute Respiratory Distress Syndrome (ARDS) and alveolar recruitment manoeuvre have been greatly evident in the past few years among professionals involved in critical patient care. Due to this high level of interest, the present study aims to clearly show the relationship between ARDS and alveolar recruitment manoeuvre through a bibliographic revision. In this research it was evident that the principles of recruitment manoeuvre must be considered when high airway pressure spreads for short periods of time, allowing an improvement in ventilation through the expansion of alveolar collapse. However, the way in which recruitment manoeuvre should be employed is yet to be explored. The physiotherapist-intensivist must know, master and apply alveolar recruitment technique in ARDS patients whilst respecting the limitations the pathology causes, and moreover be aware of the repercussions that may result.



Introdução: Nos últimos anos, os profissionais envolvidos no atendimento ao paciente crítico, têm tido grande interesse em investigar quais as repercussões que a Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (SDRA) causa ao organismo, principalmente na função pulmonar, e quais as técnicas mais adequadas para se tentar restaurar a função destes. Para tanto, a manobra de recrutamento alveolar vêm sido muito discutida, como tentativa de recuperar a capacidade pulmonar, mantendo níveis adequados de ventilação, perfusão, oxigenação e até mesmo, aumentar as chance de sobrevida deste pacientes.
Devido a isso, o presente estudo surgiu para revisar a bibliografia a respeito da SDRA e sobre as diversas técnicas de recrutamento alveolar aplicadas em pacientes com tal patologia.
Serão expostas informações relativas ao comportamento de um pulmão que sofre colapso, como por exemplo, durante a SDRA, aos mecanismos envolvidos no desenvolvimento do colapso alveolar, os mecanismos relacionados ao recrutamento pulmonar e as diferentes técnicas de recrutamento alveolar empregadas em pacientes com SDRA.
A Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (SDRA) é uma forma de insuficiência respiratória aguda e progressiva. Definida como uma lesão da barreira alvéolo-capilar com alteração da permeabilidade capilar, levando ao extravasamento do líquido, com uma composição protéica semelhante a do plasma, para o interstício pulmonar. Quando a quantidade de líquido extravasado ultrapassa a capacidade de drenagem linfática, começa a ocorrer edema intersticial e alveolar com as conseqüentes alterações da função pulmonar14.
No contexto da SDRA, contudo, colapso alveolar e de via aérea podem ser menos inócuos. Os termos colapso pulmonar, recrutamento e uso da pressão expiratória final positiva (PEEP) têm assumido particular importância nos últimos anos devido às preocupações a respeito do impacto do colapso pulmonar regional na habilidade do pulmão em iniciar sua restauração e se opor aos efeitos deletérios da ventilação mecânica 6.


Objetivo: Revisar a Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (SDRA) e sobre as Manobras de Recrutamento Alveolar aplicadas em pacientes com tal patologia.

Material e método:

 I. Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (SDRA): Podemos definir a Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (SDRA), como um comprometimento da barreira alvéolo-capilar com alteração da permeabilidade endotelial, levando ao extravasamento de líquido para o interstício pulmonar. Quando a quantidade de líquido extravasado ultrapassa a capacidade de drenagem linfática, começa a ocorrer edema intersticial e alveolar com as conseqüentes alterações da função pulmonar. O líquido responsável por esse edema tem uma composição protéica semelhante à do plasma 6.
Trata-se de uma lesão pulmonar aguda que resulta em infiltrados pulmonares difusos e bilaterais à radiografia de tórax, hipoxemia grave e diminuição da complacência pulmonar 14.
Ia. Etiologia: Vários fatores são reconhecidamente capazes de desencadear um quadro completo de SDRA, sendo estes mostrados na tabela 1.16 (Anexo 1).Podemos dividir as causas que podem levar à lesão da membrana alvéolo-capilar em: lesões diretas, se a lesão ocorreu diretamente no epitélio das vias respiratórias e lesões indiretas, se a lesão ocorreu através do endotélio vascular, sendo estas demonstradas na tabela 1.26 (Anexo 2).A probabilidade de desenvolver a SDRA cresce à medida que mais fatores de risco estão presentes, observando-se um efeito potencializador. É de fundamental importância definir uma população de risco para desenvolver a síndrome, pois quanto mais precocemente atuarmos nas causas básicas, melhor será o prognóstico do paciente. A maioria dos pacientes desenvolverá síndrome nas primeiras vinte e quatro horas após o estímulo nocivo, porém este intervalo pode ser de dias 14.

IIa .Fisiopatologia: Após a instalação do fator predisponente ocorrerá a liberação de fatores (mediadores da inflamação) e conseqüente alteração da permeabilidade da membrana alvéolo-capilar 6. Evidências clínicas e laboratoriais têm apontado o neutrófilo polimorfonuclear como importante mediador da lesão tecidual na SDRA. Há muitas informações ainda não hierarquizadas quanto às células envolvidas e à variedade de mediadores como: macrófagos polimorfonuclerares, citicinas e proteases, fragmentos do sistema de ativação do complemento, ácido aracdônico e seus metabólitos, sistemas de coagulação e calicreína/bradicinina, que interagem e exacerbam uma resposta inflamatória. O comprometimento do sistema de defesa pulmonar e anormalidade no surfactante contribuem para o agravamento do quadro 19.Uma vez recrutados ao parênquima pulmonar, papel que pode ser desempenhado pelo complemento, os neutrófilos se ativam, modificam sua deformabilidade, o que dificulta sua passagem através dos capilares pulmonares, e se aderem à membrana do endotélio. Os neutrófilos ativados liberam citoquinas como o TNF (fator de necrose tumoral) e as interleucinas, que têm um papel determinante no desenvolvimento da SDRA. Em resposta a esses mediadores verifica-se um aumento da atividade pró-coagulante, com deposição de fibrina, acompanhado de aumento de degradação e liberação de produtos de degradação da fibrina (PDF), como do dímero D. Esses fenômenos se dão em toda a área lesada, mas, principalmente no lado alveolar da barreira, contribuindo para a formação da membrana hialina, que é a marca histológica da síndrome na fase aguda. A presença de fibrina contribui para inativação do surfactante e serve de matriz e estímulo para a proliferação e ativação de fibroblastos, responsáveis pela fibrose e reparação do tecido alveolar. PDF podem levar a aumento da permeabilidade vascular e vasoconstrição, uma associação que favorece a formação de edema 12.
O shunt intrapulmonar pode ser causado por enchimento dos espaços alveolares com exsudato, pseudomembrana e restos celulares, colapso de pequenas vias aéreas por redução do volume pulmonar e perda de surfactante, atelectasias por compressão de unidades pulmonares dependentes, pelo peso do parênquima pulmonar edematoso subjacente 24.

IIIa. Diagnóstico: Os critérios diagnósticos da lesão pulmonar aguda compreendem: antecedentes históricos significativos, infiltrado difuso de tórax, hipoxemia refratária ao aumento da concentração de oxigênio, diminuição da complacência pulmonar e ausência de insuficiência cardíaca. A medida da complacência pode ser estimada pela reação entre o volume corrente e a pressão de platô no indivíduo relaxado, o que poderá ajudar na distinção entre as duas formas básicas de lesão pulmonar aguda 19.
- Diagnóstico Clínico: a dispnéia e a cianose são os principais sinais normalmente observados, sonolência ou agitação de início recente podem ser manifestações de hipoxemia 14.
- Gasometria Arterial: A gasometria arterial além de auxiliar nos parâmetros da ventilação e demonstrar hipoxemia refratária, serve também como critério para o desmame do paciente 19 .
- Radiografia de Tórax: Na radiografia de tórax haverá infiltrado difuso. Os pulmões menos complacentes poderão apresentar enfisema intersticial e/ou pneumotórax por barotrauma 20. (Anexo 3)
- Tomografia Computadorizada de Tórax: revela imagens alveolares densas que se mostram dependentes do decúbito migrando com relativa velocidade após a troca de posição. A brusca mudança sugere microatelectasia, decorrente da compressão de grupos alveolares sobre outros. Também permite o diagnóstico precoce de barotrauma e infecções como abscessos pulmonares 19 .(Anexo 4)

IVa. Estratégia Protetora na SDRA: O colapso alveolar é uma das principais causas de hipoxemia no indivíduo portador de SDRA. Quando se fala em colapso alveolar, é importante lembrar que um alvéolo colapsado tem uma pressão crítica de colabamento e uma pressão crítica de abertura (esta última sempre um pouco acima da primeira, significando que é mais "fácil" impedir que um alvéolo aberto se colapse do que abrir um alvéolo previamente colapsado). Evidentemente, quanto maiores as pressões alveolares, maiores serão as chances de se trabalhar com alvéolos abertos durante todo o ciclo respiratório e, portanto, menor será o grau de shunt pulmonar. Todavia, como pressões elevadas no sistema respiratório não são inócuas, a melhor opção ventilatória acaba sendo aquela capaz de trabalhar com pressões acima da pressão crítica de abertura durante alguns poucos momentos, trabalhando-se a maior parte do ciclo respiratório com pressões apenas um pouco acima da pressão crítica de colabamento 10.
Baseados nestes conhecimentos, a Conferência de Consenso Americana-Européia sugeriu os princípios das chamadas estratégias protetoras de ventilação mecânica na SDRA 4:
- Aplicação de baixos volumes;
- Uso de baixas freqüências respiratórias;
- Limitação do pico de pressão na via aérea.
O uso da ventilação como estratégia protetora minimizou a injúria pulmonar reduzindo tanto as complicações pulmonares como a mortalidade. Assim a abordagem ventilatória atual na SDRA é pautada em dois pilares principais: evitar a hiperdistensão das unidades alveolares, através da ventilação com estratégia protetora, com o uso de volume corrente menor que 6ml Kg&#713;¹, alto PEEP e hipercapnia permissiva e abrir os alvéolos e mantê-los abertos através do recrutamento alveolar e da PEEP ideal (Pflex+ 2) respectivamente 16. Modos limitados a pressão (Ppico < 40 cmH2O), VT < 6 ml Kg&#713;¹, PEEP 2 cmH2O acima do Pflex-inf da curva PxV, PaO2 entre 40 e 80 cmH2O, FiO2 para SatO2 > 90%, mostraram significante melhora na PaO2/FiO2, evolução da complacência estática pulmonar, chance de desmame e mortalidade significantemente menor (p< 0,001), relacionado ao uso de altos níveis de PEEP durante as primeiras 36 horas 27.

Va. PEEP na SDRA: A pressão expiratória final positiva (PEEP) é definida como a manutenção de pressões positivas nas vias aéreas ao final da expiração, após a fase inspiratória ter ocorrido a cargo de um ventilador mecânico. A utilização da PEEP se fundamenta sobre o princípio fisiopatológico: a manutenção de alvéolos abertos durante todo o ciclo respiratório como medida de controle da hipoxemia arterial 3. A PEEP não apenas melhora a hipoxemia, mas também exerce efeito protetor contra lesão pulmonar 27.
A PEEP é uma das principais manobras para se tentar evitar o colapso alveolar expiratório (desde que se trabalhe com níveis de PEEP acima da pressão crítica de colabamento), restituindo a capacidade residual funcional 13.
Com a introdução e popularização do uso da PEEP, a necessidade de altos volumes e de suspiros foi reduzida, já que permitia a "profilaxia" destas atelectasias. Ela se mostrou, também, a mais importante e efetiva estratégia no manejo ventilatório da SDRA. A PEEP, no entanto, constituiu-se um dos itens mais controversos e discutidos em ventilação mecânica e LPIV 9.
A escolha do nível mais adequado depende do julgamento clínico de duas tendências opostas: manter a melhor oferta de oxigênio aos tecidos (o que geralmente requer o uso de baixos valores de PEEP) versus manter as melhores condições de oxigenação arterial e de reparação pulmonar (o que geralmente requer altos níveis de PEEP). A opção por uma das duas tendências deve se basear na situação hemodinâmica do paciente10..
 A PEEP reduz o edema (independentemente da causa) por redistribuição da água pulmonar extravascular, e, possivelmente, por diminuição do infiltrado inflamatório e produção de citocinas. Este efeito benéfico da PEEP pressupõe que haja diminuição da hiperdistensão dos alvéolos pulmonares. Contudo, o uso da PEEP por si só pode provocar hiperinsuflação, dependendo de sua intensidade. Alguns estudos utilizando volumes correntes altos fixos não conseguiram demonstrar proteção com o uso de PEEP 9.
Sabendo-se da importância da PEEP, mas tendo-se consciência de seus possíveis efeitos deletérios, inclusive na própria formação da LPIV, a principal questão no manejo da SDRA refere-se ao cálculo da "PEEP ideal"9.
Vários autores têm advogado a idéia do uso da PEEP acima do ponto de inflexão inferior da curva pressão-volume (Pflex-inf) para minimizar a lesão induzida pela ventilação mecânica provocada pela reabertura e fechamento cíclicos dos alvéolos. Além disso, têm-se buscado estratégias que evitem a hiperdistensão pulmonar, através da redução do volume corrente, ventilando-se os pacientes na porção linear da curva PxV, compreendida entre os pontos de inflexão inferior e superior. Para alguns autores, o ponto de inflexão superior corresponde ao limite seguro de pressões a serem suportadas pelos pulmões, acima do qual a hiperdistensão estaria ocorrendo. São tentativas de se respeitar o compromisso de pressões não muito altas durante a inspiração (evitando a hiperdistensão) e pressões não muito baixas durante a expiração (evitando o colapso) 20.
No manejo da SDRA, é um problema clínico intimidante selecionar uma combinação ótima de relação PxV e pressão expiratória final que simultaneamente garanta recrutamento pulmonar e evite lesão pulmonar, enquanto consiga uma troca gasosa e oferta de oxigênio adequada 9.
A habilidade da PEEP para manter unidades alveolares reexpandidas dependerá de fatores do paciente, inclusive a causa e fase da doença. Em um seu estudo, GATTINONI et al., 1.987, declararam que o recrutamento efetuado através da PEEP era mais notável quando a patologia subjacente é extrapulmonar e quando o edema intersticial e o colapso alveolar são prevalecente na fase inicial de SDRA.
Recomenda-se que a PEEP deva ser aplicada em incrementos pequenos de 3 a 5cmH2O (até um máximo de 15 cmH2O), para atingir SatO2 aceitável (&#61619; 90%) com valores não tóxicos de O2 (FiO2 &#61603; 0,6) e com pressões de pico aceitáveis (40 a 45 cmH2O) 27.
Para um correto ajuste da PEEP, deve-se necessariamente manter um justo equilíbrio entre os benefícios ventilatórios e ao mesmo tempo evitar efeitos hemodinâmicos indesejáveis. Para isso, deve-se considerar que o aumento do volume pulmonar condicionado pela PEEP, incrementa a pressão intratorácica diminuindo o retorno venoso e o gasto cardíaco. Este fenômeno aumenta a resistência vascular pulmonar e aumenta a pós-carga do ventrículo direito 25. 

VIa. Curva Pressão x Volume (PxV): As curvas de pressão-volume representam graficamente a pressão de insuflação pulmonar em relação ao volume corrente oferecido durante a inspiração e a relação passiva, durante a exalação. Isto significa que para um determinado volume, quanto maior for à pressão obtida, menor é a complacência do pulmão e vice-versa. Desta forma, a complacência reflete as características elásticas do sistema respiratório, já que a pressão obtida corresponde à força que a estrutura opõe sua deformação 17.
O objetivo de construir uma curva PxV em terapia intensiva é identificar níveis mínimos de PEEP suficientes para prevenir o colapso de unidades instáveis durante a expiração e níveis máximos de platô de pressão inspiratório necessários para se evitar excessivo estiramento dos septos alveolares.
Em termos gerais a curva PxV é sempre construída através da insuflação pulmonar com volume de ar predeterminado, medindo-se logo após a pressão gerada no sistema - que será uma função da complacência pulmonar. Em algumas técnicas variantes, administra-se uma pressão constante em vias aéreas, e mede-se o volume absorvido pelo sistema. Uma medida de pressão com seu volume correspondente representa um ponto singular no gráfico PxV. Este ponto permite o cálculo da complacência do sistema respiratório para o volume em questão, mas não fornece uma idéia completa da curva. Várias medidas tomadas e diferentes pressões e volumes criam um "trajeto" no gráfico, construindo a curva propriamente dita 1.
O interesse pela curva PxV aconteceu assim que se percebeu a possibilidade de se estabelecer alguma correlação entre as variáveis extraídas de seu traçado gráfico com os riscos de injúria pulmonar. Mais especificamente, a partir de uma análise matemática da curva PxV, parecia ser possível se identificar as mínimas pressões expiratórias necessárias para se prevenir o colapso alveolar, assim como as máximas pressões a serem alcançadas ao final da inspiração, sem incorrer em grandes riscos de hiperdistensão pulmonar. De certa forma, a curva PxV identificaria uma "janela" de pressão, uma "margem de manobra" a ser utilizada durante a ventilação mecânica, procurando-se manter pressões alveolares dentro destes limites durante todo o ciclo respiratório 3.
Resumidamente, a curva nos mostra dois pontos importantes para sua interpretação, o ponto de inflexão inferior (Pflex-inf) e o ponto de inflexão superior (Pflex-sup). O Pflex-inf é utilizado para determinar o melhor nível de PEEP a ser aplicado, pois corresponde ao ponto de abertura das vias aéreas a partir do qual ocorreria o recrutamento alveolar, e o Pflex-sup pode indicar uma região em que a complacência começa a diminuir, sugerindo que foi atingido um nível de hiperdistensão alveolar nas zonas aeradas do pulmão 27. (Anexo 5)

II. Recrutamento Alveolar: O recrutamento alveolar é uma manobra de expansão pulmonar para abertura de unidades respiratórias colapsadas na ventilação mecânica, que visa uma melhora da oxigenação sangüínea. Quanto maior o número de alvéolos ventilados, maior a complacência pulmonar, possibilitando o pulmão acomodar maiores volumes com menores pressões no sistema respiratório e menor shunt com melhor oxigenação 16.
A manobra de recrutamento alveolar está indicada quando se deseja recrutar rapidamente os alvéolos colapsados, com o objetivo de diminuir o shunt pulmonar, evitar colapsos, desfazer atelectasias e mobilizar secreções brônquicas, mediante o aumento do fluxo inspiratório  e expiratório, como na fase inicial da SDRA e atelectasias. Suas contra-indicações são: instabilidade hemodinâmica, agitação psicomotora, DPOC, fístulas broncopleurais, hemoptise, pneumotórax não drenado, hipertensão intracraniana e deve-se tomar algumas precauções quanto à diminuição do débito cardíaco e diminuição do retorno venoso 23.
Existem várias formas de recrutamento alveolar, mas na sua grande maioria o paciente deve estar sedado e curarizado, e manter monitorização contínua da saturação de O2 via oximetria de pulso, função hemodinâmica, gasometria arterial, ausculta pulmonar e raio-X 16.
Para a proporção efetiva da técnica de recrutamento alveolar, alguns fatores clínicos devem ser levados em consideração:
- Estabilidade hemodinâmica;
- Conhecimento da causa da hipoventilação;
- Intervenção precoce, principalmente na SDRA, uma vez que, a partir do sétimo dia, a síndrome não exsuda e sim fibrosa. Este método é uma forma de tratamento, isto é, é curativo e não preventivo 2.
Algumas técnicas de recrutamento alveolar vêm sido discutidas ao longo dos últimos anos. Algumas dessas técnicas podem ser citadas por PEREIRA, 2003:
- Insuflação Pulmonar Sustentada com PEEP: paciente obrigatoriamente sedado, se necessário curarizado. Monitorização contínua do ECG, PA e SaO2. Ventilação no modo CPAP, ajustar a PEEP de 30cmH2O por 30 segundos;
- Insuflação pulmonar com PEEP + PC: paciente obrigatoriamente sedado, se necessário curarizado. Monitorização contínua do ECG, PA, SaO2. Ventilação no modo PC. Ajustar o valor da PC em 10cmH2O; FiO2 de 100%; FR de 10 ciclos por minuto; relação i/e: 1:1. Aumentar a PEEP gradativamente até alcançar o valor de 30cmH2O e manter neste valor, se possível por 2 minutos. Repetir esta manobra se necessário aumentando-se a PC para 15cmH2O.
- Insuflação Pulmonar versus Insuflação Pulmonar Periódica (Suspiro): o uso de suspiro periódico é efetivo no aumento da PaO2, mas não mantém a estabilidade alveolar ao longo do tempo. Dentro das bases teóricas, o uso da insuflação pulmonar sustentada é preferível em relação ao suspiro.
- Inversão da Relação i/e: é uma manobra efetiva para controle da hipoxemia, principalmente quando resulta em um certo nível proposital de PEEP intrínseco (o curto tempo expiratório não permite que as pressões alveolares retornem a zero ao final da expiração). As longas pausas inspiratórias proporcionadas por este método permitem um bom recrutamento alveolar que costuma se manifestar como uma melhora das trocas gasosas após duas a seis horas de ventilação que se mantém ao longo do tempo.
MARINI, 2003, defende que a manobra de recrutamento é útil quando o padrão ventilatório envolve baixas pressões inspiratórias e volumes relativamente baixos, devendo-se aplicar pressões suficientes para manter o pulmão completamente recrutado sem que qualquer aumento da tensão aplicada no resto dos tecidos feche ou hiperdistenda alvéolos ao longo do ciclo.


Descrição:  Algumas técnicas de recrutamento alveolar têm sido estudadas de diferentes formas ao longo dos últimos anos. Dentre essas técnicas, podemos discutir alguns protocolos  para elucidar qual a melhor maneira, os parâmetros mais adequados e quais resultados esperados, para podemos aplicar na prática clínica. São eles: 
Protocolo 1: ROTHEN et al., 1.993, estudaram 16 pacientes sem história prévia de patologias cardíacas ou pulmonares, com o objetivo de avaliar a reexpansão de atelectasias durante a anestesia geral. Os pacientes foram divididos em dois grupos, onde no grupo 1 seria realizado a manobra de recrutamento através de inflações vagarosas de pressão, e no grupo 2, seria realizado a manobra de recrutamento através de inflações repetidas de pressão.
Com inflações onde a pressão foi elevada vagarosamente, a diminuição da área de atelectasia começou a ocorrer à pressões de 20 cmH2O, necessitando  de um aumento no VT convencional e um tempo de aplicação de pressão maior que 15 segundos, aumentando assim o risco de barotrauma. Quando a inflação de pressão é repetida, com 30 cmH2O, notou-se diminuição da área de atelectasia sem necessitar do aumento de VT, o que mostrou que pressões críticas de abertura ou constantes de tempo não são iguais em todo pulmão e que todos os alvéolos podem ser abertos pela mesma pressão de via aérea.
Protocolo 2: AZEREDO, 2000, propõe que antes de iniciar a manobra de recrutamento, o paciente deve estar preferencialmente sedado, observar  possíveis contra-indicações para o procedimento e o paciente deve ser colocado em decúbito dorsal a zero grau.
O protocolo proposto consta das seguintes etapas: ventilador ajustado no modo volume controlado (VC), com onda quadrada de fluxo; VT de 4ml Kg&#713;¹; pausa inspiratória de 1,5seg; FR entre 10 e 12rpm; FiO2 igual a 100%; Fluxo de 30L min&#713;¹. Iniciar o procedimento em nível ZEEP; aumentar a PEEP de 2 em 2cmH2O, com uma espera de 2min ou o equivalente a 25 ciclos, para obtenção de uma melhor acomodação alveolar; medir a complacência no último ciclo; parar o aumento progressivo da PEEP quando a complacência diminuir; PEEP ideal com maior complacência, avaliando a hemodinâmica e a saturação de oxigênio.
Protocolo 3: RICHARD et al., 2001, avaliaram 15 pacientes com SDRA, com o objetivo de verificar o risco de desrecrutamento alveolar quando associado a diminuição do VT de 10 para 6ml Kg&#713;¹, relacionando a diminuição do VT com a manobra de recrutamento alveolar e aumento nos níveis de PEEP.
O estudo mostrou que a redução do VT de 10 para 6ml Kg&#713;¹ mantendo a PEEP constante, foi responsável por perda de volume pulmonar correspondendo ao desrecrutamento alveolar. O baixo VT ajuda a diminuir a mortalidade, servindo assim como estratégia protetora. A PEEPinicial  com baixo VT diminui a mortalidade, porém, baixo PEEP associado com alto VT pode conduzir a uma resposta inflamatória sistêmica podendo causar dano pulmonar. O uso de alta concentração de FiO2, baixo VT, sedação e baixa V/Q, facilitam a formação de atelectasias e baixo VT pode diminuir progressivamente a complacência.
Protocolo 4: CROTTI et al., 2001, pesquisaram o efeito do recrutamento e do desrecrutamento alveolar em 5 pacientes com SDRA submetidos à VM, sedados e realizadas TC.
Com este estudo puderam observar que no início da SDRA o recrutamento ocorre por toda curva PxV, ocorrendo até mesmo além do ponto de inflexão superior da curva e o desrecrutamento é também um processo contínuo, porém, é mais prevalente acima de uma média de pressão de 0-10cmH2O, mais baixa do que a média de pressão comparado aos que tiveram recrutamento, ocorrendo com PEEP entre 0-15cmH2O.
Verificaram também que existe uma interação entre a extensão dos colapsos alveolares no final da inspiração e da expiração, onde forças gravitacionais ativam substâncias determinantes no colapso pulmonar regional. Foi visto que as pressões necessárias para reverter colapsos em pequenas vias aéreas são geralmente mais baixas (10-20cmH2O) do que pressões requeridas na reabertura de atelectasias. Em regiões não dependentes não ocorre recrutamento pois não há diminuição do surfactante, e o recrutamento completo ocorre com pressões inspiratórias de 30cmH2O e em áreas dependentes o recrutamento ocorre com altas pressões como de 45cmH2O. Conclui-se portanto que a manobra de recrutamento é benéfica tanto para a proteção do pulmão quanto para reabertura de unidades colabadas, porém, a manobra tem que recrutar toda pressão requerida pelo pulmão, sendo esta entre 35 e 45cmH2O, e unidades pulmonares recrutadas tendem a se manter abertas a pressões mais baixas do que aquelas que a recrutaram. Altos volumes, colapso pulmonar e reabertura de unidades pulmonares que ocorrem através dos ciclos respiratórios podem resultar em injúria pulmonar. Portanto, o impedimento de colapso pulmonar no início da SDRA é uma estratégia valiosa para a mecânica do recrutamento alveolar.
Protocolo 5: TUGRUL et al., 2003, investigaram os efeitos da pressão contínua associada com altos níveis de  PEEP na troca gasosa e na complacência do sistema respiratório de pacientes com SDRA pulmonar e extra-pulmonar.
O achado principal deste estudo foi que uma pressão de 45cmH2O por 30seg com uma PEEP de aproximadamente 16cmH2O pode melhorar a oxigenação arterial na SDRA de origem pulmonar e extra-pulmonar. O aumento na oxigenação arterial foi aproximadamente 35 e 55mmHg e 3 e 18% em SDRA pulmonar e extra-pulmonar respectivamente, mostrando assim, que a SDRA de origem extra-pulmonar parece ser mais responsiva a manobra de recrutamento alveolar.
Protocolo 6: BUGEDO et al., 2003, avaliaram o efeito agudo de uma manobra de recrutamento alveolar sobre a morfologia pulmonar em pacientes com SDRA e LPA através de imagens de TC de tórax. Estudaram dois grupos, onde no primeiro os pacientes (5) foram ventilados no modo VC e com PEEPinicial de zero (ZEEP) elevando-se ao longo da manobra até 30-40cmH2O (em incrementos de 5cmH2O). O segundo grupo os pacientes (5) foram ventilados no modo PC com PEEPinicial de 10cmH2O, até atingir 30cmH2O (em incrementos de 10 cmH2O). Todos os pacientes forma ventilados com VT de 8ml Kg&#713;¹ , com Pplatô de 25-30cmH2O (no segundo grupo a Pplatô alcançou aproximadamente 50cmH2O) e a PEEP foi mantida por 20 seg. em cada aplicação.
A discussão deste estudo mostrou que altos níveis de PEEP (aproximadamente 30cmH2O) no modo PC, melhorou a oxigenação pela expansão prévia do colapso alveolar sem induzir a hiperinsuflação pulmonar e que a Pplatô acima de 45cmH2O mostrou notável melhora na oxigenação e na elastância pulmonar.
Concluiram também que os princípios da manobra de recrutamento devem ser considerados enquanto distendem altas pressões de vias aéreas por curtos períodos de tempo, podendo melhorar a ventilação pela expansão do colapso alveolar. Porém, a maneira em que a manobra de recrutamento deve ser empregada ainda precisa ser explorada. (Anexo 6).


Discussão: A SDRA ocasiona comprometimento da barreira alvéolo-capilar com alterações da permeabilidade endotelial, levando ao extravasamento de líquido para o interstício pulmonar gerando colapso alveolar, que é a principal causa de hipoxemia na doença. Para tento, estratégias protetoras como o uso de baixo VT (4 a 6 ml/Kg&#713;¹), FR entre 10 a 12 rpm, limitação do pico de pressão ( menor que 40cmH2O), FiO2 para SatO2 maior que 90%, são requeridas, para evitar hiperdistensão das unidades alveolares, para abrir alvéolos e mantê-los abertos através do recrutamento. A PEEP também colabora na manutenção dos alvéolos abertos durante todo o ciclo respiratório, melhorando a hipoxemia e protegendo contra lesão pulmonar.
O impedimento do colapso pulmonar no início da SDRA é uma estratégia valiosa para a mecânica do recrutamento alveolar, que tem como objetivo diminuir o shunt pulmonar, evitar colapso, desfazer atelectasias e mobilizar secreções brônquicas 22.
Observou-se que, para uma manobra de recrutamento alveolar eficaz, alguns parâmetros devem ser adotados, partindo do diagnóstico de SDRA confirmado, relação PaO2/FiO2 < 300, opacidade bilateral na radiografia de tórax, estabilidade hemodinâmica, sistema fechado de aspiração de vias aéreas, paciente devidamente sedado em ventilação mecânica, modalidade de pressão controlada (PC), pressão inspiratória limitada entre 30 e 45cmH2O, FR entre 10 a 12 rpm, FiO2 para SatO2 entre 92 e 95%, pausa inspiratória maior que 1,5segundo, relação i:e de 1:1, pressão de platô de aproximadamente 45cmH2O, VT de 4 a 6ml/Kg&#713;¹ e altos níveis de PEEP (até 30cmH2O).
Os princípios da manobra de recrutamento devem ser considerados enquanto distendem altas pressões de vias aéreas por curtos períodos de tempo, podendo melhorar a ventilação pela expansão do colapso alveolar. Porém, a maneira em que a manobra de recrutamento deve ser empregada, ainda deve ser explorada. Portanto, o fisioterapeuta intensivista deve estar atento a qual paciente recrutar, qual o melhor momento para realizar a manobra, quais os melhores parâmetros adotar, e juntamente com o médico intensivista, analisar os recursos auxiliares como a gasometria arterial, raio X e TC de tórax e principalmente a ausculta pulmonar.




Anexos:1: Anexo 1(tabela 1.1), Anexo 2(tabela1.2), Anexo 3(Raio  X de Tórax na SDRA), Anexo 4(TC de Tórax na SDRA), Anexo 5(Curva PxV Estática do Sistema Respiratório), Anexo 6

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